Mato Grosso liderou
o abate nacional de bovinos no terceiro trimestre de 2018, na comparação com o
mesmo período do ano passado. Foram abatidas 1,4 milhão de cabeças de gado, o
que levou o Estado a uma participação nacional de 17,2%, seguido por Goiás, com
10,3%, e Mato Grosso do Sul, com 9,7%.
Os dados fazem
parte da Estatística da Produção Pecuária, divulgada ontem pelo IBGE. Além dos
resultados regionais, a pesquisa traz a atualização das informações nacionais
preliminares disponibilizadas no dia 11 de novembro.
No cenário
nacional, a pesquisa confirmou o volume de 8,2 milhões de cabeças de bovinos
abatidos no país no terceiro trimestre de 2018, o que representou um
crescimento de 7,2% frente ao trimestre anterior e de 3,6% em relação ao mesmo
período do ano passado.
Segundo o gerente
da pesquisa, Bernardo Viscardi, o crescimento no abate de bovinos, tanto no
Brasil quanto no Mato Grosso, pode ser explicado pelo aumento das exportações:
“vemos que os preços competitivos no mercado externo impulsionaram o abate de
bovinos, quando comparamos com o terceiro trimestre do ano passado. Inclusive,
o Mato Grosso, que foi líder no abate de bovinos, também ficou em primeiro
lugar entre os estados que mais exportaram carne bovina”.
E Mato Grosso
deverá ser destaque no quarto trimestre do ano quando esse período puder ser
avaliado pelos técnicos do IBGE. Dados antecipados pelo Instituto de Defesa
Agropecuária de Mato Grosso (Indea/MT) revelam que os abates de bovinos no mês
passado foram encaminhadas 507,59 mil cabeças para a linha de abate, volume
15,74% maior que o registrado no mesmo período do ano passado. Assim como vem
acontecendo durante 2018, o crescimento do abate de bovinos em Mato Grosso vem
sendo puxado pelas fêmeas. No acumulado de janeiro a novembro deste ano, o
abate de bovinos já cresceu 9,87% comparado ao do mesmo período de 2017.
Enquanto isso, no mesmo período a quantidade de fêmeas abatidas aumentou
13,39%, ou seja, são 259,28 mil fêmeas a mais na linha de abate neste ano. Com
isso, a participação delas no total abatido está em 44,14%, o maior valor dos
últimos quatro anos.
A oferta de bovinos
está em um processo de expansão, apontam analistas do setor, em Mato
Grosso.
REFLEXO - Na última
semana o Ministério da Indústria e Comércio Exterior (MDIC) disponibilizou os
dados de exportação de carne bovina in natura mato-grossense. Ainda que tenha
registrado uma queda de 5,61% ante a out/18, o montante de 27,84 mil toneladas
é o maior da história para um mês de novembro, como destacam os analistas do
Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
“Com o ano de 2018 se encerrando, os números deste ano vão se
consolidando e os envios mato-grossenses de proteína bovina entre janeiro e
novembro reduziram 4,57% no comparativo com 2017, enquanto que o Brasil
registrou aumento de 9,68% no mesmo período. Este pior desempenho do Estado
neste ano pode ser justificado em parte pela maior dependência do modal
rodoviário, o qual teve grandes problemas no 2º trimestre, devido à greve dos
caminhoneiros. Diante disso, para não “perder” mercado, alternativas para
diminuição desta dependência rodoviária necessitam ser dialogadas”.