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Cresce o número de infecções hospitalares em leitos de UTIs em Mato Grosso

Levantamento da Secretaria de Estado de Saúde (SES) aponta crescimento nas infecções hospitalares em leitos de Unidades Terapias Intensiva (UTI)...

24 Dez 2018 às 09:56
Aline Almeida, repórter de A Gazeta
Foto: Otmar de Oliveira

Levantamento da Secretaria de Estado de Saúde (SES) aponta crescimento nas infecções hospitalares em leitos de Unidades Terapias Intensiva (UTI) em Mato Grosso. Entre os registros, estão as infecções de trato urinário, que saíram do percentual de 5 (2016) para 6,7 (2017). A taxa fica acima da nacional, que foi de 5,1.

 

Nas infecções de corrente sanguínea o Estado também apresentou discreto aumento nesses indicadores nas UTI Adulto, de 4,8 (2016) para 5 (2017). A nacional ficou em 4,6 (2016). Os dados fazem parte do levantamento Indicadores de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (Iras) dos serviços hospitalares de Mato Grosso em 2017.

 

No Pronto-Socorro o risco de infecção hospitalar é altíssimo. Em relação ao monitoramento dos patógenos encontrados nas análises microbiológicas de pacientes hospitalizados em 2017, nas UTIs Adulto, o Staphylococcus Coagulase Negativo (SCN) manteve-se o mais prevalente, além da Klebsiella pneumoniae e do Staphylococcus aureus. São bactérias multirresistentes e podem levar o paciente à morte.

 

“As Iras são um grave problema da saúde pública mundial. Cada vez mais as bactérias estão multirresistentes. Isso causa, no prescritor, no médico e em todos que estão envolvidos, grande sensação de impotência porque quando o antibiograma é feito, vê se que aquela bactéria é resistente a quase tudo, sensível a quase nada”, diz a professora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Marília Duarte Valim. 

 

Representante do Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso (Coren), Lígia Cristiane Arfeli explica que o risco de infecção está mais ligado ao tempo de internação do que à unidade hospitalar.

 

“Numa unidade de terapia intensiva o risco é maior por conta do tempo de exposição do paciente e dos dispositivos invasivos. No centro cirúrgico, que é um local de procedimentos invasivos, também há um alto risco de infecção, além da internação de longa permanência”, diz.

 

A conselheira do Coren explica ainda que, o que leva à infecção é principalmente o movimento de pessoas, o movimento de doenças que torna o ambiente propício. “Por isso a lavagem das mãos é um consenso mundial, as mãos são maior vetor de infecção hospitalar”.

 

Lígia afirma que um dos ambientes com risco mais elevado de infecções é o Pronto-Socorro. A unidade, que é de urgência e emergência, não prevê a permanência de paciente por um longo período, mas não é isso que ocorre normalmente.

 

“Não seria um local de alta contaminação mas, na nossa realidade, não é assim que acontece. Temos uma unidade de urgência e emergência onde pacientes permanecem 15 dias. Lá o risco é altíssimo”, confirma.A conselheira explica que a infecção hospitalar leva ao quadro de septicemia, infecção generalizada e falência de múltiplos órgãos.

 

“Mato Grosso está com índices muito altos. Precisamos conscientizar os profissionais sobre a importância da higiene, mas precisamos também melhorar as condições e estruturas de trabalho, que são determinantes para evitar as infecções hospitalares”, ressalta.

 

Outros dados 

 

Foram notificados 121 casos de infecção nos 20.154 partos cesareanas monitorados, mantendo a mesma taxa global de Infecções de Sítio Cirúrgico de 2016, que foi 0,6%. Nas UTI Pediátricas, a Pseudomonas aeruginosa prevaleceu nas hemoculturas, além da Candida spp e Escherichia coli. A Escherichia coli, o SCN e a Klebsiella pneumoniae foram os microrganismos que prevaleceram nas hemoculturas em UTI Neonatais .

 

“A letalidade é muito alta das Iras, existem alguns casos que a taxa de letalidade chega a ser superior a 50%. Isso na saúde é muito alto. As infecções relacionadas ao trato urinário, as infecções de corrente sanguínea, causada por cateter venoso, as pneumonias relacionadas à ventilação mecânica e as infecções do sítio cirúrgico são os quatro subtipos que afetam mais os pacientes”, destaca Marília.

 

Baixa adesão Em 2017, o Serviço Estadual de Controle de Infecção conseguiu ampliar o número de hospitais notificantes de Iras para 50. Isso representa 31% dos hospitais ativos no estado.

 

“A adesão à estruturação e operacionalização nos hospitais de pequeno porte (sem leitos de UTI) ainda constitui um desafio para as coordenações estaduais de controle de infecção, mesmo após 21 anos da Lei nº 9.431 que obriga a manutenção de programas de controle de infecções pelos hospitais do país”, pontua relatório da SES.

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