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Uma nova pesquisa revelou a existência de um idioma raro em Mato Grosso, falado por apenas 189 pessoas. Este idioma, da Família Linguística Nambikwara, se destaca não apenas pela sua baixa quantidade de falantes, mas também pela sua complexidade fonética notável. Enquanto o português possui apenas 12 vogais, o idioma Katitãuhlu apresenta impressionantes 54 vogais.
O artigo Descrição preliminar dos sons fonéticos das vogais Katitaurlu dos Anusu Sararé apresenta detalhes do idioma. Em maio de 2023, um idoso e um jovem falante do Katitãuhlu faleceram, restando apenas 189 pessoas que dominam a língua.
O povo Katitãuhlu está situado no Estado de Mato Grosso, e suas aldeias pertencem aos municípios de Conquista D’Oeste, Vila Bela da Santíssima Trindade e Nova Lacerda. Atualmente,a etnia conta comseis aldeias. Antes das mortes registradas em maio, havia 191 habitantes das aldeidas, segundo o Censo da Secretaria de Saúde indígena de 2022.
O povo Katitãuhlu se referem a si mesmos como an?su ou an?a, termo que designa gente ou pessoa na língua ancestral. Referem-se, também às pessoas não indígenas com o termo nominativo kajadisuou kajada, que significa milho em língua portuguesa. São habitantes das Terras Indígenas Sararé e Paukalirajausu, sendo que esse último território não está demarcado.
O estudo detalha que o Katitãuhlu possui uma diversidade fonética única, com vogais classificadas em várias categorias, como orais, orais prolongadas, nasais, nasais prolongadas, laringais e combinações dessas características. A diversidade é registrada no International Phonetic Alphabet (IPA) e inclui variações tonais como alto, baixo, crescente e decrescente.
"O Katitãuhlu apresenta uma estrutura fonética extremamente complexa, com uma gama extensa de vogais orais e nasais, laringais e suas variantes prolongadas," afirma Sérgio Beck de Oliveira, um dos pesquisadores. "Essa complexidade é crucial não apenas do ponto de vista linguístico, mas também para a preservação da cultura dos falantes."
A pesquisa também destaca a situação desafiadora enfrentada pelos falantes do Katitãuhlu, incluindo a questão da demarcação de terras. O território Paukalirajausu, onde vive o povo Katitãuhlu, ainda não foi oficialmente demarcado, resultando em conflitos e dificuldades para a preservação cultural e linguística.
"A demarcação de terras é vital para a sobrevivência cultural dos Katitãuhlu," explica Wellington Pedrosa Quintino. "Documentar e entender a língua é um passo fundamental para apoiar a preservação de sua identidade cultural."
O estudo sugere a necessidade de pesquisas adicionais para explorar outras características fonéticas, como vogais orais e nasais pós-aspiradas e pós-nasalizadas, que podem não ter sido completamente capturadas neste levantamento inicial.
"Este trabalho é apenas o começo," destaca Oliveira. "Há muitas nuances a serem descobertas e documentadas, e esperamos que futuras pesquisas possam expandir nosso entendimento sobre essa língua rica e complexa."
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A documentação e análise do Katitãuhlu não só enriquecem o campo da linguística, mas também são fundamentais para a preservação cultural dos povos indígenas. À medida que as pesquisas avançam, espera-se que mais informações sobre o idioma sejam reveladas, contribuindo para a valorização e proteção do patrimônio linguístico dos Katitãuhlu.
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