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‘Musk, minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá’

Só não vê quem não quer: o mundo é Mad Max, é Star Wars, é 1984 de Orwell, numa escala jamais imaginada pelas distopias de ontem

07 Set 2024 às 10:02
Lindener Pareto l ICL Noticias

Quando cheguei ao Twitter, em 2020, era o auge da pandemia de Covid-19. Eu ainda não entendia aquelas ferramentas, a lógica da rede, cheguei tarde à arena mais descolada e dos debates mais quentes do tal “SMS da internet”. Literalmente, não sabia nada desse “gorjear”, desse passarinho azul que emitia seu pio, seu som pelo mundo, numa era de conexão global jamais vista.


Lembro que fiquei encantado com os “fios”, que narravam histórias fascinantes em posts enfileirados, desenrolando o fio de uma aventura qualquer e de todo tipo. Lembro também das pessoas dando broncas, dizendo palavras de ordem, de que o twitter não era o lugar para fotos e vídeos, que era melhor deixar isso para o Instagram e afins.

Concebido originalmente como um “micro-blog”, que entregava notícias em tempo real, o Twitter foi se tornando a rede preferida dos ativistas, jornalistas e de todo tipo de atividade que dava um tom de integração e conexão mundial. Notícias das mais triviais, como confissões e desabafos da ordem do privado, estavam ali, tudo estampado, aberto, num sistema de busca que identifica rapidamente nomes, citações, enfim, o sonho dos jornais impressos do século 19 parecia se realizar: um grande debate, constante, numa escala jamais vista na esfera pública, circulando sem parar ao redor do planeta azul, o passarinho piava incessantemente.

Não foi à toa que o Twitter se tornou o queridinho dos movimentos sociais, das “primaveras”, enfim, de uma seara de disputa política que impressionava o mundo e pressionava por profundas transformações sociais. Grandes nomes de hoje, investigadores e formadores de opinião consolidados, se fizeram no pio do passarinho azul. Mesmo pássaro que — supostamente livre — colocou seu capital na bolsa de valores e viu, alguns anos depois, um bilionário alucinado comprando suas ações a ponto de se tornar o maior acionista e — piando pra tudo que é lado — acusando a rede de ser de esquerda! No fim das contas estava (está) em jogo o controle das notícias e narrativas pelas estratégias da extrema direita, orquestrada por Musks, Trumps e Bannons, com suas versões “Herbert Richers” aqui no Brasil. Versões que nadaram de braçada nas eleições de 2018, por exemplo.

Como diria nossa gloriosa atriz, não sou capaz de opinar sobre as entranhas dos negócios escusos na compra do Twitter por Elon Musk em 2022, por uma soma indecente de grana (44 bilhões de dólares) que daria — como dizem — para acabar com a fome do mundo. Musk elimina o pio, mais do que colocar o pássaro na gaiola, dá um pontapé nele, e o faz voar até o espaço em seus foguetes fálicos. No lugar, o “X”, um xis tão genérico quanto cafona, à imagem e semelhança de seu novo dono, arrogante, autoritário, incitador de golpes de Estado, um bilionário que é ele próprio um Estado, tarimbado em políticas de ódio e de morte, o suprassumo da necropolítica. Musk apodreceu os potenciais de liberdade da rede, envenenando de vez suas entranhas. E, como de praxe na canalhice dos déspotas do bilhão, fazendo isso tudo em nome da liberdade de expressão.

Tal é o dilema que a sociedade mundial enfrenta hoje. Além de lidarmos com as heranças brutais de Estados-Nacionais quase que invariavelmente senhores de guerras sangrentas, internas e externas, temos que lidar com trocentos Musks soltos por aí afora, adultos perigosos, que nem deviam existir dessa forma no mundo. Só não vê quem não quer: o mundo é Mad Max, é Star Wars, é 1984, de Orwell numa escala jamais imaginada pelas distopias de ontem. Aliás, o Musk tem um jeitão de Lord Palpatine, não? Ele se acha o Darth Vader, mas não passa de um horroroso e traiçoeiro Lord Sidious. Enfim, para além da suspensão do “X” pelo Ministro Alexandre de Moraes (o “X”andão que passou o Musk para trás), o que mais me impressiona é a aparente “fragilidade” do mundo virtual.

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Dá sempre aquela sensação de que se puxarmos a tomada, tudo cai. Ou melhor, que se acabarmos com os grandes e catastróficos datacenters — engolidores de mundo — voltaríamos a sonhar de fato com uma concreta, demasiadamente concreta, realidade. Com sua boa e velha dose de alucinação.

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