O soldado Ednilton Rafael dos Santos Costa foi expulso da Polícia Militar nesta sexta-feira, 29 de novembro, em um dos últimos atos do coronel Alexandre Corrêa Mendes à frente da corporação. Ednilton é um dos criminosos que invadiu o restaurante Fonte do Paladar e ameaçou o empresário Geandré Latorraca, que também é dono do jornal Estadão Mato Grosso.

Além de Ednilton, outros três participaram do crime. São eles: o detetive particular e empresário Diemerson Carlos Guido Zick, seu irmão Dieferson Guido Zick e Kleyferson Ribeiro de Freitas. À época dos fatos, apesar de ter sido preso, Ednilton foi liberado juntamente com os outros envolvidos sem sequer o uso de tornozeleira eletrônica.

Ednilton já respondia a outros processos e estava afastado da Polícia Militar. Sua expulsão foi publicada no Diário Oficial do Estado.

"Diante do acima exposto e com base nos elementos probatórios existentes, resolve: [...] demitir das fileiras da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso o Policial Militar Sd PM Ednilton Rafael dos Santos Costa, a contar de 29/11/2024”.

O CRIME

O empresário Geandré Latorraca estava em seu restaurante na manhã do dia 16 de outubro, quando quatro homens chegaram armados ao local, dizendo que tinham sido contratados para matá-lo, por envolvimento com uma mulher casada.

Ameaçando Geandré e seus funcionários de morte, os quatro homens obrigaram o empresário a gravar um vídeo afirmando que não voltaria a mexer com mulheres casadas, apesar de o empresário destacar que não pratica tais atos.

Mesmo assim, diante da ameaça de morte a si próprio e a seus funcionários no restaurante, Latorraca aceitou gravar o vídeo. Os bandidos fugiram do local em seguida e foram caçados pela Rotam, que agiu rapidamente.

A ação rápida da Polícia Militar trouxe a sensação de mais segurança, sentimento esse agora completamente diluído pela decisão, que sequer levou em consideração a periculosidade dos criminosos.

As investigações estão em andamento, mas já está claro para o empresário que o atentado contra sua vida se deu por causa de reportagens publicadas pelo jornal Estadão Mato Grosso, do qual ele é dono.

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A principal suspeita é que a motivação tenha sido uma reportagem publicada em agosto, na qual o jornal revelou que um grande esquema de venda de sentenças ocorre no interior do Estado.