A campanha de reeleição do prefeito de Sinop, Roberto Dorner (PL), está sob intensa investigação após novos depoimentos reforçarem as acusações de irregularidades financeiras e abuso de poder econômico. Uma das testemunhas, identificada como chefe de uma equipe de cabos eleitorais, relatou à Justiça Eleitoral que os pagamentos aos trabalhadores foram realizados em espécie, por meio de um suposto "escritório paralelo". O caso é alvo de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) que pode levar à cassação do mandato do prefeito.
Em depoimento dado no dia 27 de novembro à 22ª Zona Eleitoral de Sinop, a testemunha afirmou que os cabos eleitorais foram contratados e pagos de maneira informal, sob a coordenação de uma servidora pública identificada como S.R. Segundo o relato, S.R. não só conduzia os processos de contratação como orientava os trabalhadores a não divulgar a localização do "escritório de RH" da campanha.
A testemunha também revelou que, inicialmente, os pagamentos seriam feitos via Pix, mas, na prática, foram realizados em dinheiro vivo. Em uma ocasião, S.R. entregou o valor de R$ 1.250 em um envelope na casa da chefe de equipe e, posteriormente, solicitou os endereços de outros membros para efetuar os pagamentos de forma similar.
Além disso, um novo contrato com cláusulas semelhantes foi apresentado para assinatura de parte dos cabos eleitorais, o que gerou desconfiança ao ser descoberto que apenas algumas equipes haviam recebido os novos documentos.
A ação judicial também aponta outras práticas suspeitas durante a campanha de Dorner, incluindo o uso indevido de servidores públicos, captação ilícita de votos e falsificação ideológica. O caso ainda envolve acusações de omissão de bens no valor de mais de R$ 90 milhões na declaração patrimonial do prefeito à Justiça Eleitoral.
Em sua defesa, Roberto Dorner negou as acusações, alegando que os servidores mencionados na denúncia estavam regularmente afastados de suas funções e que os pagamentos e gastos de campanha foram devidamente documentados. Sobre a acusação de "caixa dois", o prefeito afirmou que as gravações usadas como prova foram obtidas de forma ilícita e não têm respaldo jurídico.
Além disso, Dorner justificou a omissão patrimonial como parte de um processo judicial relacionado à transferência de bens para uma holding familiar, cuja regularização ainda estaria pendente.
O caso segue em investigação e tem potencial para influenciar o futuro político de Sinop. A Justiça Eleitoral analisará as evidências apresentadas para determinar se houve abuso de poder econômico e irregularidades suficientes para cassar o mandato do prefeito e do vice, Paulinho Abreu.
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Enquanto isso, a gestão de Roberto Dorner enfrenta desgaste político e questionamentos sobre a integridade do processo eleitoral que garantiu sua reeleição.