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Chefe do Gaeco detona mercadinhos em cadeias: 'São usados para lavar dinheiro'

Líderes de facção comandavam comércio de alimentos e itens de higiene dentro da cadeia.

08 Fev 2025 às 11:16
Aparecido Carmo e Karine Arruda l Repórter MT

O coordenador do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), promotor de Justiça Adriano Roberto Alves, disse que é contra a existência dos mercadinhos em unidades prisionais porque eles são usados pelas facções para lavagem de dinheiro.


Em conversa com a imprensa, nesta sexta-feira (07), o promotor disse que o Estado tem condições de oferecer aos presos tudo o que eles precisam para permanecerem no sistema prisional. Ele reconheceu a previsão legal para esse tipo de comércio, mas apenas em situações em que o Governo do Estado não consegue oferecer às penitenciárias alimentação e material para higiene pessoal.

“Há uma previsão que ele exista se o Estado não fornecer o essencial. Se o estado não está fornecendo, tem que cobrar da Defensoria Pública, existe o Ministério Público, o próprio Judiciário para fazer a fiscalização dos presídios”, disse.

“Que o Estado forneça o necessário, o essencial a todos os que estiverem reclusos e que não dê margem a faltar nenhum medicamento, nenhum alimento, nem material de higiene, que o Estado fornece tudo e que não exista o mercadinho”, declarou o promotor.

O promotor ainda deu detalhes sobre o depoimento de “Sandro Louco”, líder de uma facção criminosa, que está preso na Penitenciária Central do Estado (PCE) e que disse à Justiça, no fim do ano passado, que faturava R$ 75 mil por mês com mercadinhos em unidades prisionais.

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Leia mais - Sandro Louco afirmou em interrogatório que lucrava R$ 75 mil por mês dentro da PCE em Cuiabá

“Teve uma operação da Polícia Civil que foi realizada entre outubro e novembro do ano passado dentro do presídio e lá, em algumas celas de liderança, encontraram muito alimento, material de higiene, dando a entender que a facção determinava que essas compras iriam ser entregues para a liderança e eles revendiam. Pelo que deu para perceber era isso, porque não justifica um preso estar com 200 kg de arroz, por exemplo”, disse o promotor.

Adriano Roberto Alves não quis entrar em detalhes sobre a suspeita de lavagem de dinheiro, mas disse que as investigações estão em curso e que novas operações do Gaeco não estão descartadas.

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