O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro, divulgado na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que o grupo “alimentos e bebidas” subiu 0,96% no mês, representando um impacto de 0,21 ponto percentual no índice. Desde então, um alimento em específico tem chamado a atenção pela alta no preço: o ovo de galinha.
Segundo dados do IBGE, em algumas capitais, o valor do alimento – considerado de baixo custo – chegou a subir mais de 3%. É o caso de Belo Horizonte (MG), onde o preço do ovo subiu 3,6%. Em seguida, aparece São Paulo (SP), com alta de 1,95%.
Na ponta oposta, Salvador (BA) e Grande Vitória (ES) foram os lugares que tiveram as maiores quedas. Por lá, o preço do ovo diminuiu 3,89% e 0,64%, respectivamente.
“Basicamente, houve uma conjunção de fatores, como o período de quaresma, onde o consumo tende a aumentar. Além disso, houve um aumento de custo na linha de produção devido ao calor extremo”, afirma Fábio Lemos, sócio da Fatorial Investimentos.
Dados mais recentes, já de fevereiro, do Prohort – Programa Brasileiro de Modernização do Mercado de Hortigranjeiro, que computa os preços dos últimos 30 dias nos atacados de referência dos estados brasileiros, mostram um aumento expressivo na dúzia do ovo. Confira os dados mais recentes:
Datas x Locais | Espírito Santo | Maranhão | Mato Grosso | Paraíba | Pernambuco | Paraná |
20/02/2025 | R$ 8,10 | R$ 10,40 | R$ 7,33 | R$ 9,20 | R$ 7,80 | R$ 8,67 |
20/01/2025 | R$ 5,00 | R$ 7,70 | R$ 5,17 | R$ 6,20 | R$ 4,60 | R$ 6,00 |
Em entrevista à Rádio Tupi FM do Rio de Janeiro nesta quinta-feira (20), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) admitiu que o preço do ovo está caro, mas defendeu que é preciso debater o valor praticado dentro do Brasil em comparação ao valor praticado no exterior.
“Eu sei que o ovo está caro. Quando me disseram que está R$ 40 a caixa com 30 ovos, é um absurdo. Vamos ter que fazer reunião com atacadistas para discutir como é que a gente pode trazer isso para baixo. O fato de estar vendendo produto em dólar que está alto, não significa que você tem que colocar no preço do brasileiro o mesmo preço que você exporta”, disse.
“Essa é uma discussão. Da mesma forma o óleo de soja, da mesma forma a carne. Carne começou a cair. Vai cair e pode ficar certo que o povo vai voltar a comer sua ‘picanhazinha’, costela, outro pedaço de carne que ele deseja”, afirma.
A alta recente nos preços dos ovos é uma situação sazonal, típica da Quaresma e do período que a precede, afirmou em nota a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). “Após um longo período com preços em baixa, a venda de ovos se aqueceu devido à demanda natural da época, quando há uma substituição do consumo de carnes vermelhas por proteínas brancas e ovos”, afirmou a entidade.
Além disso, a ABPA destacou que os custos de produção subiram nos últimos oito meses, com um aumento de 30% no preço do milho e mais de 100% nos custos de insumos para embalagens.
Adicionalmente, as temperaturas historicamente altas têm afetado a produtividade das aves, acrescentou a associação. Mesmo com esses fatores, os produtores esperam que o mercado se normalize até o final da Quaresma, “com o restabelecimento dos níveis de consumo das diversas proteínas”, afirmou a ABPA.
Acompanhe o nosso trabalho também nas redes sociais;
Siga
a nossa página do Colidernews no Facebook.
Acompanhe nossas matérias no Grupo de WhatsApp.
Saiba tudo do nosso site na pagina
oficial do Twitter ‘X’.
Siga o Colidernews também no Instagram.
Faça parte do nosso grupo de notícias no Telegram.
A entidade também ressaltou que o aumento nas exportações de ovos tem um efeito “praticamente nulo” sobre a oferta interna. De acordo com a ABPA, os embarques representam “menos de 1% das 59 bilhões de unidades que devem ser produzidas este ano, o que deve resultar em um consumo per capita de 272 ovos anuais – mais de 40 ovos acima da média mundial de consumo”, afirmou.