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Trump acusa Zelensky de 'jogar com 3ª Guerra Mundial'; ucraniano depois disse que relação com EUA pode 'ser salva'

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou nesta sexta-feira (28/2) o colega ucraniano, Volodymyr Zelensky, de estar "jogando com a...

01 Mar 2025 às 06:04
BBC News Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou nesta sexta-feira (28/2) o colega ucraniano, Volodymyr Zelensky, de estar "jogando com a Terceira Guerra Mundial".


Os dois líderes protagonizaram um tenso debate no Salão Oval da Casa Branca diante da imprensa, com a presença do vice-presidente americano JD Vance.

Trump também acusou Zelensky de "não ser muito grato", em referência ao apoio dos EUA à Ucrânia na guerra contra a Rússia, e Vance chamou o mandatário ucraniano de "desrespeitoso".

Zelensky viajou aos Estados Unidos para assinar um acordo pelo qual cederia a Washington a exploração dos recursos minerais de seu país em troca de algum tipo de apoio ou garantias de segurança contra a Rússia na conflito que começou em fevereiro de 2022.

Ainda durante a tensa conversa, Trump disse a Zelensky: "Seu país enfrenta grandes problemas."

O líder ucraniano tenta interromper o líder americano, mas Trump acena com as mãos. "Não, não, você falou muito", diz. "Seu país está em apuros".

"Eu sei, eu sei", diz Zelensky.

"Você não vai ganhar", diz Trump. "Você tem uma boa chance de sair bem por nossa causa."

Após os momentos de tensão, uma coletiva de imprensa conjunta que estava prevista foi cancelada e Zelensky deixou a Casa Branca.

Segundo uma porta-voz do governo americano, a esperada assinatura de um acordo com os EUA sobre minerais de terras raras não ocorreu.

De acordo com a parceira da BBC nos EUA, a CBS, após a conversa acalorada, a delegação ucraniana deixou o Salão Oval e foi para uma "sala separada".

Lá, o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Mike Waltz, e o secretário de Estado, Marco Rubio, pediram para que a delegação ucraniana saísse da Casa Branca.

'Relação pode ser salva', diz Zelensky
Na primeira entrevista concedida após o episódio na Casa Branca, Zelensky afirmou "respeitar" o presidente Trump e o "povo americano". Ele também afirmou acreditar que a relação com o americano pode ser salva.

"Porque são relações mais do que apenas dois presidentes. São relações históricas, relações fortes, entre nosso povo", disse ele à Fox News.

"Só quero ser honesto e só quero que os nossos parceiros entendam a situação corretamente e quero entender tudo corretamente. Isso é sobre nós, não perder a nossa amizade."

Já Trump falou com jornalistas em área externa da Casa Branca, onde o presidente reconheceu que o encontro com Zelensky "não foi tão bom".

O americano reforçou que quer acabar com a guerra logo, enquanto Zelensky "exagerou" e "quer lutar, lutar, lutar".

Trump afirmou que, para retomar negociações, Zelensky deve dizer que quer a paz.

"Não vamos continuar lutando. Vamos terminar a guerra ou deixá-los por conta e ver o que acontece. [Vamos] deixá-los lutar", disse o presidente americano.

Já Marco Rubio falou à CNN que o presidente ucraniano deveria se desculpar.

"Não havia necessidade de ele entrar lá e se tornar antagônico", disse Rubio sobre Zelensky.

"Você começa a perceber que talvez Zelensky não queira um acordo de paz. Ele diz que quer, mas talvez não queira."

Discussão sobre cessar-fogo
O presidente dos Estados Unidos disse ainda, no encontro com o líder ucraniano: "Nós demos a vocês, por meio desse presidente estúpido [uma referência a Joe Biden], US$ 350 bilhões [cerca de R$ 2 trilhões]. Nós demos a vocês equipamento militar... Se vocês não tivessem nosso equipamento militar, essa guerra teria acabado em duas semanas".

"Em três dias... Ouvi isso de Putin", respondeu Zelensky.

"Vai ser muito difícil fazer negócios assim", rebateu Trump.

"Se você pudesse chegar a um cessar-fogo agora mesmo, eu diria para você aceitá-lo, para que as balas parem de voar", disse Trump.

Zelensky responde: "É claro que eu quero um cessar-fogo "

Trump interrompe: "Você diz que não quer um cessar-fogo".

Zelensky diz que quer um acordo de cessar-fogo com "garantias".

Ele diz a Trump para perguntar ao povo ucraniano o que acha de um acordo de cessar-fogo.

Zelensky respondeu que não deve haver "nenhum compromisso" com o presidente russo Vladimir Putin na negociação de um acordo de paz.

O presidente ucraniano mostrou a Trump fotos de atrocidades ocorridas na guerra.

"Acho que é muito bom para o povo americano ver o que está acontecendo", respondeu o presidente Trump.

O americano repetiu que Zelensky tinha "que ser grato".

Zelensky rebateu que estava "muito grato".

Trump então interrompe, elevando a voz: "Pessoas estão morrendo, vocês estão ficando sem soldados".

Zelensky diz: "Eu sei."

A repórter da BBC Myroslava Petsa, que fez parte do grupo de imprensa que estava no encontro entre os presidentes no Salão Oval, perguntou a Trump: "Presidente, o senhor vai enviar mais armas para a Ucrânia caso não haja paz?"

Trump responde: "Não estamos ansiosos para enviar muitas armas. Estamos ansiosos para terminar a guerra."

"A resposta é sim. Mas espero que não tenhamos que enviar muito porque estou ansioso para fazer isso rapidamente", continuou o americano.

O encontro terminou com Trump dizendo ao presidente ucraniano: "Volte quando estiver pronto para a paz".

'Pior cenário para a Ucrânia'
A reunião no Salão Oval, da perspectiva ucraniana, "foi o pior cenário possível", analisa o repórter da BBC Bernd Debusmann Jr.

"Raramente, se é que alguma vez, tais tensões são tão nitidamente evidentes diante das câmeras do mundo", escreveu Debusmann.

O jornalista destaca que, no entanto, essas tensões não surgiram hoje.

Na semana passada, por exemplo, Trump chamou Zelensky de "ditador" e se recusou a usar o mesmo termo para descrever Putin.

Zelensky, por sua vez, disse que Trump estava vivendo em um "espaço de desinformação" criado pela Rússia.

Para o editor da BBC Jeremy Bowen, a relação entre Trump e Zelensky já estava ruim o bastante antes do encontro na Casa Branca, e agora está "em pedaços".

"O colapso público também sinaliza uma grande crise iminente entre os membros europeus da Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte] e os EUA. Os pontos de interrogação sobre o comprometimento dos EUA com a Europa agora estão redobrados", escreveu Bowen.

Para o editor, as atitudes recentes de Trump indicam que "sua prioridade é melhorar as relações com a Rússia — e as concessões relativas à Ucrânia são um preço que ele está disposto a pagar".

Líderes europeus apoiam Zelensky

A discussão no Salão Oval na sexta-feira suscitou uma série de respostas dos líderes europeus em apoio à Ucrânia.

O presidente francês, Emmanuel Macron, que se encontrou com Trump no início desta semana, disse que o agressor é a Rússia e a vítima é a Ucrânia.

"Há um agressor: a Rússia. Há uma vítima: a Ucrânia. Estávamos certos em ajudar a Ucrânia e em sancionar a Rússia há três anos - e em continuar a fazê-lo".

O chanceler alemão, Olaf Scholz, também escreveu no X que "ninguém quer a paz mais do que os ucranianos", antes de acrescentar que "a Ucrânia pode confiar na Alemanha e na Europa".

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, disse que é necessária uma "reunião imediata" entre os EUA, a Europa e os seus aliados para discutir a guerra na Ucrânia

O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, ainda não fez comentários, mas um porta-voz disse que ele conversou com Trump e Zelensky e que "mantém apoio inabalável à Ucrânia e está fazendo tudo o que pode para encontrar um caminho para uma paz duradoura".

Já a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse: "Você nunca está sozinho, querido presidente. Continuaremos trabalhando com você para uma paz justa e duradoura"

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