A guerra comercial iniciada com o 'tarifaço' imposto pelo presidente americano, Donald Trump causa reflexos na indústria automotiva. Desde 3 de abril, veículos importados para os EUA pagam 25% de imposto, medida que já provoca reações em grandes montadoras.
Efeitos globais são imediatos. Fabricantes mundiais, como Nissan e Volkswagen, ajustam estratégias para lidar com o tarifaço. No Brasil, a importação de carros mexicanos, como Nissan Versa e Ford Maverick, pode sentir o impacto.
Em 2024, o Brasil importou cerca de 35 mil veículos do México, livres de impostos graças a um acordo de 2002, renovado em 2019. Modelos conhecidos à venda no Brasil como Volkswagen Jetta, Nissan Sentra e RAM 3500 estão na lista.
Por décadas, montadoras americanas aproveitaram o custo baixo da mão de obra mexicana. Agora, com as tarifas, essa vantagem pode desaparecer, forçando uma mudança drástica na produção.
Márcio de Lima Leite, ex-presidente da Anfavea, alertou que as tarifas podem levar fábricas do México de volta aos EUA. “Muitas empresas vão evitar os 25% extras”, disse ele em entrevista recente.
Se isso acontecer, o México ficaria com capacidade ociosa. Para Leite, seria mais lógico usar essas fábricas para atender ao Brasil, em vez de investir os R$ 190 bilhões previstos aqui até 2030.
"Com isso, investimentos que seriam realizados aqui e na Argentina deixarão de ser aplicados, para utilizar a capacidade ociosa que será criada no México devido ao aumento das tarifas", questionou Leite, destacando a lógica das montadoras globais.
A Stellantis, dona das marcas Jeep e Dodge, parou a produção no Canadá e México. Nos EUA, quase 1.000 funcionários foram suspensos, já que fabricavam peças para essas unidades.
A Chrysler corre risco. Sua minivan Pacifica, única em produção, vem de Windsor, no Canadá. Se a importação parar, a marca pode sumir do mercado americano.
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A Nissan suspendeu a importação de seus modelos de luxo os SUVs Infiniti QX50 e QX55, feitos no México. Já a Jaguar Land Rover pausou envios do Reino Unido aos EUA em abril, analisando o cenário.
O Grupo Volkswagen foi além: cancelou remessas mexicanas, deixando Audi e VW parados na fronteira. Modelos como Jetta e Tiguan, essenciais nos EUA, podem ter vendas afetadas.