Motor elétrico sem metais
Engenheiros coreanos conseguiram construir todas as bobinas de um motor elétrico sem usar nenhum metal, alcançando uma redução drástica em seu peso.
Embora o protótipo de demonstração seja pequeno, de baixa potência, essa inovação aponta para a possibilidade de reduzir o peso dos motores elétricos, o que é crucial para aumentar a autonomia dos veículos elétricos, por exemplo.
Sejam carros, drones ou mesmo naves espaciais, a redução de peso é um desafio técnico eternamente perseguido porque reduzir o peso de um veículo não só reduz o consumo de energia, como também aumenta a eficiência da bateria e o alcance do veículo.
Até agora, metais como o cobre têm sido usados como material principal para fazer as bobinas dos motores devido à sua alta condutividade elétrica. Mas o cobre é pesado, o que tem levado a esforços como o uso de ligas de cobre com alumínio para tornar os motores mais leves.
Ki-Hyun Ryu e colegas do Instituto Coreano de Ciência e Tecnologia (KIST) conseguiram agora construir todas as bobinas de um motor elétrico usando apenas nanotubos de carbono, sem quaisquer metais, tornando o motor muito mais leve.
Enquanto a densidade do cobre é de 8,9 gramas por centímetro cúbico (g/cm3), os nanotubos de carbono alcançam uma condutividade elétrica comparável com apenas 1,7 g/cm3, o que significa um potencial de redução do peso do motor em mais de 80%.Motor feito com nanotubos de carbono
Os nanotubos de carbono são nanomateriais unidimensionais em forma de tubo, formados por uma ou mais camadas de átomos de carbono dispostos em uma estrutura hexagonal, tipo colmeia. Eles são muito leves, além de marcarem pontuações incomparáveis em condutividade elétrica, resistência mecânica e condutividade térmica.
São todas propriedades muito chamativas, mas os nanotubos de carbono enfrentam uma série de barreiras para aplicações industriais no mundo real. Um dos obstáculos técnicos está no resíduo de metais catalisadores usados durante o processo de sua fabricação. Esses contaminantes permanecem como partículas metálicas na superfície dos nanotubos de carbono, degradando suas propriedades elétricas. Se eles forem usados em motores, por exemplo, essas impurezas degradam o desempenho do motor, dificultando sua utilização em componentes de alto desempenho.