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Bactéria da hanseníase pode ser chave para regeneração de órgãos humanos

A bactéria que causa a hanseníase, a Mycobacterium leprae, pode se tornar um elemento-chave para tratar e regenerar partes do nosso corpo, segundo...

18 Nov 2022 às 05:18
Ciência e Tecnologia

A bactéria que causa a hanseníase, a Mycobacterium leprae, pode se tornar um elemento-chave para tratar e regenerar partes do nosso corpo, segundo um estudo recente liderado por cientistas da Universidade de Edimburgo, na Escócia.


Experimentos com animais revelaram uma notável capacidade da bactéria de estimular o crescimento saudável de tecidos do corpo — uma "alquimia biológica" que levou, por exemplo, o tamanho do fígado a quase dobrar. Pesquisadores também já observaram que este micróbio consegue converter um tipo de tecido em outro.

São capacidades com motivações egoístas, já que dão à bactéria mais material para infectar. Entretanto, descobrir exatamente como elas fazem isso pode ajudar os humanos a chegar a novos tratamentos — como reconstituir o fígado de pessoas que esperam por um transplante e até reverter os danos decorrentes do envelhecimento em outras partes do corpo.

'Alquimia biológica'

A hanseníase pode comprometer várias funções quando infecta os nervos, a pele e os olhos. Ao longo da história, os infectados por essa doença milenar foram marginalizados.


Buscando conhecer os potenciais da bactéria que causa essa enfermidade, cientistas se voltaram para outro animal afetado pela doença: os tatus.

Os experimentos, realizados nos Estados Unidos, mostraram que a infecção se dirigia para o fígado dos animais, onde a bactéria fazia um sequestro controlado do órgão — reprogramando-o para interesse próprio.

Tatu andando na grama

CRÉDITO,GETTY IMAGES

Legenda da foto,

Os tatus, também vítimas da hanseníase, foram usados em experimento

"Foi totalmente inesperado", disse-me o professor Anura Rambukkana, do Centro de Medicina Regenerativa da Universidade de Edimburgo.

Os resultados, publicados na revista científica Cell Reports Medicine, mostraram que o fígado dos tatus quase dobrou de tamanho.

Era esperado que o crescimento pudesse ser defeituoso ou até canceroso, mas uma análise detalhada mostrou que foi um processo saudável e funcional, incluindo um conjunto normal de vasos sanguíneos e dutos biliares.

"É meio espantoso", diz Rambukkana. "Como eles fazem isso? Não há terapia celular que consiga fazer isso."

Crescimento rápido

Parece que a bactéria que causa a hanseníase rebobina o relógio do desenvolvimento do fígado.

As células hepáticas totalmente desenvolvidas são potências metabólicas com centenas de funções no corpo.

Mas as bactérias Mycobacterium leprae conseguem levar as células de volta a um estágio anterior — como se voltassem à adolescência — em que podem aumentar rapidamente em número, antes de amadurecer e voltar à idade adulta.

Observando a atividade de diferentes partes do DNA, os cientistas observaram um comportamento mais próximo ao de um animal muito mais jovem ou mesmo de um feto, quando o fígado ainda está se formando.

Mas os detalhes precisos de como tudo isso acontece permanecem desconhecidos.

Mão com dedos tortos

CRÉDITO,GETTY IMAGES

Legenda da foto,

A hanseníase pode afetar os nervos, comprometendo movimentos

Pesquisas anteriores mostraram que é possível forçar o relógio a voltar até o ponto em que as células recuperam a capacidade de se tornar qualquer outro tipo de célula no corpo — mas isso traz o risco de torná-las cancerígenas.

"Os micróbios [que causam a hanseníase] usam caminhos alternativos", explica Rambukkana. "É uma maneira muito mais segura e eles levam mais tempo para fazer isso. É um processo natural."

Resultados 'promissores'

O professor Rambukkana afirma que "o sonho é usar a mesma estratégia bacteriana, usar a engenhosidade das bactérias, para gerar novos tratamentos para regeneração e reparo".

"Você poderia ser capaz de transformar esse mecanismo em uma vacina administrada a cada três meses, algo assim."

Todas essas ideias ainda não foram testadas, no entanto.

Darius Widera, pesquisador da Universidade de Reading, na Inglaterra, comentou: "No geral, os resultados podem abrir caminho para novas abordagens terapêuticas para o tratamento de doenças hepáticas, como a cirrose".

"No entanto, como a pesquisa foi feita usando tatus como animais modelo, não está claro se e como esses resultados promissores podem se traduzir na biologia do fígado humano."

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"Além disso, como as bactérias usadas neste estudo são causadoras de doenças, seria necessário um refinamento substancial dos métodos antes da aplicação clínica."

Fonte: James Gallagher l BBC

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