Durante anos, a soja foi colocada no centro de uma polêmica que misturou mitos, meias-verdades e muita desinformação.
A soja é uma leguminosa, como o feijão e a lentilha, e está entre os alimentos mais consumidos no mundo. O Brasil, inclusive, é um dos maiores produtores globais.
Ela aparece em diversos produtos do dia a dia: óleo, tofu, leite vegetal, proteína texturizada, molho shoyu e farinhas.
Do ponto de vista nutricional, a soja é riquíssima. Em 100 gramas do grão cru há cerca de 36,5 gramas de proteína, superando inclusive carnes como patinho bovino (21,4 g) e peito de frango (22,5 g) na mesma proporção.
Ela também oferece boas quantidades de potássio, ferro, zinco, cálcio, vitaminas do complexo B e fibras, sem conter colesterol.
Uma das crenças mais disseminadas é a de que a soja contém hormônio feminino. Isso tem origem no fato de a soja possuir fitoestrogênios, compostos naturais semelhantes ao estrogênio — o principal hormônio sexual feminino. O mais conhecido deles é a genisteína.
Mas aqui está o ponto-chave: fitoestrogênios não são hormônios humanos.
Embora sua estrutura química se pareça com o estrogênio, eles não atuam da mesma forma no corpo. A afinidade de ligação com os receptores celulares é muito menor, e os efeitos são muito mais sutis — ou até nulos, dependendo do organismo e do contexto metabólico.
Vários estudos clínicos já avaliaram os efeitos do consumo de soja sobre os níveis hormonais em homens.
Em uma análise envolvendo quase 1.800 participantes do sexo masculino, pesquisadores não encontraram nenhuma alteração nos níveis de testosterona, mesmo em casos de consumo elevado e contínuo do alimento.
Outras pesquisas também indicaram que a ingestão de soja não altera os níveis de estrogênio nem provoca efeitos como crescimento de mamas ou diminuição da libido — problemas que, quando aparecem, geralmente estão associados a outros fatores de saúde.
Casos isolados, em que houve redução da libido ou alterações hormonais, estão relacionados a um consumo exagerado de soja, até nove vezes acima do habitual. Ou seja, nada que reflita a realidade da dieta da maioria das pessoas.
Outro receio comum, especialmente entre mulheres, é o de que o consumo de soja aumentaria o risco de câncer de mama.
Isso também tem origem em estudos com roedores, que apontaram aumento no crescimento de tumores em animais expostos à genisteína. Contudo, esses estudos não são diretamente aplicáveis a humanos.
Para replicar os níveis de exposição utilizados em camundongos, seria necessário que uma pessoa consumisse de 20 a 150 vezes mais soja do que o normal — algo totalmente fora da realidade alimentar.
Na prática, estudos populacionais mostram justamente o contrário: mulheres que consomem soja regularmente tendem a ter menor incidência de câncer de mama, especialmente em países asiáticos, onde o consumo é tradicional e alto.
Há indícios de que os fitoestrogênios da soja, ao ocuparem receptores hormonais, podem até atuar como moduladores protetores contra o excesso de estrogênio natural — um fator de risco reconhecido para esse tipo de câncer.
Apesar dos benefícios e da segurança do consumo para a maioria das pessoas, há um grupo específico que precisa restringir ou eliminar a soja da dieta: os alérgicos.
A alergia à soja é real e pode causar sintomas leves a graves, como coceiras, inchaço, diarreia, vômitos, dificuldade para respirar e até choque anafilático, uma reação alérgica potencialmente fatal. Essa condição atinge cerca de 0,06% da população brasileira, o que representa mais de 120 mil pessoas.
Por esse motivo, alimentos industrializados são obrigados a informar no rótulo a presença de soja ou o risco de contaminação cruzada.
A soja é uma aliada poderosa para quem busca:
Esses benefícios tornam a soja uma excelente opção para adultos, idosos, esportistas e pessoas em busca de uma alimentação mais equilibrada e sustentável.
A ideia de que o consumo de soja poderia transformar o corpo masculino ou provocar câncer em mulheres não se sustenta nas evidências científicas atuais. Pelo contrário: estudos de qualidade mostram que a soja é segura, nutritiva, acessível e versátil.
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Portanto, se você não tem alergia à soja, pode continuar consumindo esse alimento com tranquilidade!
Fonte: Tudo Gostoso